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QUARENTENA COMEÇA

com uma morte pecadora na visão católica, inevitável na visão do acaso, necessária na visão pessoal, evitável na visão das precauções. 

se foi um feitiço, se foi voodoo, se foi a ordem natural, pouco importa. o processo de isolamento começa no momento em que a necessidade de tal cura, perdão e superação é essencial. o problema é que a primeira intenção do isolamento é puramente racional, então o tempo dado para si mesma era apenas mais um compromisso na agenda e não efetivamente um momento de pausa.

quando achava que tudo já tinha se curado vem uma tosse que impede que todos e quaisquer movimentos fossem feitos, que qualquer palavra fosse falada, que qualquer respiração distraída fosse gatilho para longos minutos de desespero e falta de ar.

com muita dor, muita tristeza, muito contato com todos os lados mais sombrios desse corpo e de todos os outros corpos que tAl alma já teve ou virá a ter, todo o processo de auto-conhecimento e compreensão de tal situação, dos desejos mais íntimos, das vontades mais verdadeiras, do motivo pras coisas acontecerem; todo processo de rompimento com antigos padrões de comportamento e pensamento, todo desapego forçado foi documentado nas paredes, nos cadernos, na pele. todo processo teve que ser externizado mesmo que de maneira não linear, confusa e mal diagramada, para que de alguma maneia fizesse sentido.

a realidade é que até hoje nada do que aconteceu faz sentido de maneira alguma, mas garanto que nada, nada mesmo ficou no lugar.

a seguir algumas imagens, documentos, áudios, vídeos, que nascem da expressão dessa outrA que agora sou eu, que sempre foi, que não é mais. dessa força e necessidade de expressão que sempre esteve aqui, mas que agora se sente confortável o suficiente para se expressar em qualquer lugar, mas não a qualquer momento.

quarentena é tanto que é inexplicável. cada individuo passa por seus processos de evolução e tem coisas que podemos tentar muito, mas nunca seremos capazes de exemplificar, mostrar, transmitir tal intensidade. é impossível criar imagens fieis do que vemos dentro da nossa mente. é impossível transmitir a dor sem encostar em alguém, é impossível falar de meditação com quem nunca sequer meditou. então imagine falar sobre um outro lugAr, uma outrA versão de si mesma que é tão real quanto essa, falar sobre qualquer coisa que diz respeito à seu intimo. quase impossível, mas a arte ta aí pra ajudar nesses processos.

REGISTROS E ESTUDOS NA PAREDE

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raio-x feito em Abril de 2018 que mostra uma costela quebrada. quebrou de tanto tossir e descubro depois de ler o conto "Mulher Esqueleto" do livro "Mulheres que Correm com Lobos" da Clarissa Pinkola Estés.

A EXPOSIÇÃO COMO PROCESSO DE CURA

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a exposição sempre foi a maneira mais eficaz de tratar de questões pessoais. acredito que expondo tais vivencias e/ou sentimentos, ajuda a gente a entender melhor o que passamos e ajuda os outros consequentemente. a contato com nosso lado escuro abre portas pra trocar os ventos.

as redes sociais ajudam muito no processo de tornar público sentimentos e/ou situações. usei muito os stories e as outras ferramentas das redes para me tratar.

pouco importava na verdade se tinha alguém lendo ou não, se tinha alguém que acompanhava ou entendia. era só a urgência de tirar de mim. sempre tive impulsos criativos e, até hoje, nenhuma outra fase teve mais impulsos do que essa.

_das pausas

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