top of page
Foto do escritorlumanzin

ESTOU PRESA NO SONHO DOS OUTROS

ou


me identifico com a vontade alheia?


qual caminho que quero e o que eu escolhi?


há tempos atrás eu afirmei tudo o que eu quero e percebo como perdi grande parte de uma ambição doentia que carregava.

quando a vontade é acompanhada do sofrer pejorativo, é porque obviamente está tudo desviado.

/já falei uma vez sobre o sofrer e a relação disso com o sucesso num geral. se te interessa saber :


antes presa num eterno “poderia ser melhor, poderia ser mais bonito, poderia ser diferente, poderia ser igual àquela versão daquela pessoa, poderia não ter pés tortos” e por aí vai, agora me vejo num ritmo completamente desacelerado.


parte dessa nova percepção se deve à uma longa saída da minha cidade:

_que por ter gente demais te passa a impressão de que se seus processos não forem mais rápidos do que a energia da cidade em si, você está perdendo. se vê o outro acabando antes de você (mesmo que isso signifique que começou antes e que obviamente cada um tem seu tempo), você está atrasado. está ficando pra trás, está perdendo o timing, as oportunidades (que inclusive se repetem anualmente sem falta)


parte à encerramentos de ciclos acadêmicos-básicos-quase-obrigatórios, parte dependeu do amadurecimento natural…


ontem conversando com um qualquer falei de novo sobre a outrA e tudo que ela significou por muito tempo e como a presença dela era forte e de certa maneira me faz falta.

mas também pensando sobre ela, parece que essa outrA agora sou eu mesma que de certa maneira tomei posse de novo do meu corpo e da minha consciência, e que aquela que antes eu considerava Eu, na verdade é a real intrusa.


parece confuso porque as palavras não transmitem totalmente os sentimentos e intenções, mas não tenho palavras melhores pra usar já que elas são as únicas que significam exatamente o que quero dizer.



voltando pro motivo inicial desse impulso escrito, percebo como a vida real e a vida virtual (especificamente no instagram) são coisas completamente diferentes e viver a vida real é um tanto mais agradável. afinal, de lá não sai muita coisa. e é de lá que nascem todas essas perguntas. será que eu me intoxico com o sonho dos outros? já que tais sonhos são constantemente reafirmados e, conhecendo ou não a pessoa na vida real, dá pra saber certinho quais são suas vontades e impulsos.


será que eu deixo claro quais são meus sonhos e impulsos através da rede? será que deixo claro fora dela?


os outros sempre tem uma perspectiva sobre nós que nós mesmos nunca teremos.

só esse ano eu aceitei pra mim mesma que gosto muito de carinho, abraço, toques num geral, antes me achava muito fria. quando verbalizei minha amiga mais antiga mais próxima me disse: você sempre gostou de mexer no cabelo dos outros.


será que então a rede social serve como uma extensão desse tipo de relação? só que

mesmo a pessoa sabendo reconhecer alguns traços seus, ela não tem intimidade alguma.

anteontem tive vontade de excluir tudo, mas lembrei também que dependo disso de certa forma. aí pensei em des-seguir todos, mas aí lembrei que isso não muda nada, porque se eu quero me livrar de um hábito é parando de fazer que se resolve e não fingindo que não existe. afinal, basta uma simples busca de um simples nome que você já realimenta aquele vicio, mesmo que só duas vezes por semana.


é que nem fumar : quer parar? para. não compra chiclete de nicotina. não adianta fumar tabaco.


existem lugares que eu sei que quero chegar porque tenho referências que estão ali, mas agora penso bem mais. já chorei muito fingindo ser emoção quando no fundo era pura confusão/inveja (sou humana, temos que admitir)/ódio por ver outra pessoa no lugar dela e achando que eu estava fadada ao fracasso porque eu não tinha chegado lá. sendo que lá nunca me atraiu de verdade.


“more num lugar que só chega de barco”

Essa frase fica na minha cabeça.

9 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

dois clichês

Vivemos diversos clichês humanísticos no decorrer da vida, afinal não nos resta outra opção a não ser passar pelas coisas que diz...

Comments


bottom of page